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Laudo aponta que Porsche estava a 156 km/h antes de acidente que deixou morto e ferido; perícia fará scanner 3D para reconstituir batida

Segundo IC, carro de luxo pode ter atingido Sandero a 114 km/h em 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. Limite para a via é de 50 km/h. A pedido do MP, peritos vão usar drones para fazer imagens aéreas do loca

Publicada em 23/04/2024 às 11:57h - 25 visualizações

por Web Radio Clube FM 105,9 Araxa MG


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 (Foto: Denys Silva)

Por Kleber Tomaz, Lucas Jozino, g1 SP e TV Globo — São Paulo

 

 
 
 
O empresário Fernando Sastre, que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, durante acidente de trânsito na Avenida Salim Farah Maluf, na Zona Leste de SP. — Foto: Montagem/g1/Reprodução

O empresário Fernando Sastre, que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, durante acidente de trânsito na Avenida Salim Farah Maluf, na Zona Leste de SP. — Foto: Montagem/g1/Reprodução

Laudo da Polícia Técnico-Científica apontou que a velocidade média do Porsche conduzido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho estava a 156 km/h momentos antes de bater na traseira do Sandero do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana na Avenida Salim Farah Maluf, na madrugada do dia 31 de março, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.

E quando o carro de luxo se aproximou do outro veículo, estava a 114 km/h, segundo análise dos peritos. O Sandero transitou entre 40 km/h e 38 km/h. O limite para a via é de 50 km/h.

Ornaldo morreu num hospital após o acidente. O amigo do motorista do carro de luxo, o estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no banco do carona, ficou gravemente ferido, mas já teve alta médica. Fernando teria se ferido na boca, mas não passou por atendimento médico.

O acidente entre o Porsche e o Sandero foi gravado por câmeras de segurança (veja vídeo abaixo). A velocidade do carro de luxo foi calculada pelos peritos a partir da análise dessas imagens.

Além desse laudo da velocidade, serão produzidos outros laudos pelo Instituto de Criminalística (IC) e Instituto Médico Legal (IML) para serem entregues a Polícia Civil, que investiga as causas e eventuais responsabilidades pelo acidente. Entre eles está o scanner 3D, no qual peritos vão usar drones para fazer imagens aéreas do local da batida e reconstituir em vídeo com mais detalhes como foi a colisão.

Esse laudo foi requisitado à Justiça pelo Ministério Público (MP), que acompanha as investigações. A perícia do IC pretende realizar o escaneamento do local do acidente a partir das 10h desta próxima quinta-feira (25).

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Vídeo mostra momento da batida de Porsche em carro de motorista de aplicativo

 

Segundo testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, o motorista do Porsche dirigia em alta velocidade e sob o efeito de bebida alcoólica.

O empresário negou à investigação que tenha bebido antes de dirigir, mas admitiu que guiava seu carro de luxo "um pouco acima do limite" de velocidade para a via, mas "não muito acima". E que quando notou, o motorista do Sandero pisou no freio, reduzindo a velocidade, e ele não conseguiu desviar do veículo.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Fernando para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem. Em outras ocasiões, sua defesa havia dito à imprensa que o acidente foi uma "fatalidade".

Questionado pelo g1, o Ministério Público confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a "velocidade média do Porsche" estava "a mais de 150 km/h instantes antes do acidente." A Promotoria ainda informou que "pediu perícia escaner em 3D para elucidar o acidente em detalhes".

Fernando se apresentou mais de 38 horas após o acidente no 30º Distrito Policial (DP), Tatuapé. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio por dolo eventual (por ter assumido o risco de matar Ornaldo), lesão corporal (ferir Marcus) e fuga do local do acidente (para não fazer o teste do bafômetro).

 

À polícia, o empresário não soube precisar a velocidade em que estava. E também negou ter fugido do local do acidente.

 

Delegado substituído

 

O delegado Nelson Alves foi afastado nesta quinta-feira (18) do inquérito que investigava as causas e eventuais responsabilidades pelo acidente com o Porsche que deixou uma pessoa morta e outra ferida no mês passado, na Zona Leste de São Paulo. Ele foi transferido do 30º Distrito Policial (DP), Tatuapé, para o 81º DP, Belém.

A mudança ocorre após críticas internas e externas contra o delegado na condução do inquérito que apura as causas e eventuais responsabilidades pelo acidente. E depois também de o 30º DP cobrar que a Polícia Militar (PM) entregue imagens de câmeras corporais usadas pelos policiais militares que atenderam a ocorrência.

O delegado confirmou nesta sexta-feira (19) sua saída do caso e do DP do Tatuapé. Entretanto, disse desconhecer os motivos. "Ninguém sabe, só cumpro ordens", comentou Nelson.

O inquérito do caso do Porsche ainda não foi concluído. Nelson foi substituído por outro delegado. Quem assume a investigação é Milton Burguese, que estava no 81° DP. Ele também irá presidir outros inquéritos contra o crime organizado.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) negou que Nelson tenha sido afastado do caso. Por meio de nota, a pasta informou que "ocorreu uma mudança administrativa" na qual o delegado Milton foi para o 30° DP "por ter experiência em apurações de crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro".

"A unidade vem desenvolvendo investigações complexas contra membros de uma facção criminosa que atua em várias regiões do Estado, motivo pelo qual se faz necessária a experiência do delegado citado. A investigação sobre a morte do motorista de aplicativo foi conduzida pelo delegado Nelson Alves e está em fase final para ser relatado à Justiça", informa o comunicado da SSP.

 

Críticas e body cams

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Amigo diz que motorista bebeu antes do acidente

 

A defesa dos investigados chegou a informar no processo judicial que foram vazadas informações sigilosas do inquérito à imprensa. O caso está em segredo de Justiça. Segundo fontes da reportagem, Nelson foi questionado por seus superiores a respeito disso, mas negou ter divulgado algum conteúdo do inquérito.

Nelson também havia solicitado à Polícia Militar que entregasse as imagens das câmeras corporais que os agentes usaram para gravar atendimento e socorro às vítimas da batida. O pedido foi reforçado na Justiça no início de abril, pelo delegado Marcos Casseb, titular do 30°DP.

A PM ainda não entregou para a delegacia que investiga o caso as gravações das body cams dos policiais militares que atenderam a ocorrência. De acordo com fontes da reportagem, a cobrança dessas imagens na Justiça teria incomodado a Polícia Militar.

 

Álcool e velocidade

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Testemunha revela à polícia que dono do Porsche tinha bebido antes de provocar acidente que matou um motorista de aplicativo

 

As filmagens das câmeras corporais dos PMs são importantes para ajudar os investigadores a esclarecer algumas dúvidas. Uma delas é se foi mesmo a Polícia Militar que liberou Fernando para deixar o local do acidente sem fazer o teste do bafômetro. E ainda se o empresário tinha sinais de embriaguez, como disseram algumas testemunhas.

Questionada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública respondeu que as imagens serão fornecidas pela PM, "como de costume, para a análise da Polícia Civil. As investigações do caso seguem em andamento, sob segredo de Justiça".

Paralelamente, a Corregedoria da PM apura se os agentes falharam por não terem feito o teste do bafômetro em Fernando e deixado o motorista do Porsche ir embora do local do acidente.

 

Motorista indiciado

 

Fernando Sastre de Andrade Filho (foto) é o motorista do Porsche envolvido no acidente que matou um motorista por aplicativo. — Foto: Reprodução/TV Globo

Fernando Sastre de Andrade Filho (foto) é o motorista do Porsche envolvido no acidente que matou um motorista por aplicativo.




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