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Atos golpistas de janeiro — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para tornar réus mais 70 investigados por participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Entre os alvos estão Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, conhecida como Fátima Tubarão; o indígena José Acácio Serere Xavante e José Fernando Honorato de Azevedo, policial federal aposentado.
A Corte iniciou, nos primeiros minutos desta segunda-feira (14), mais um bloco de julgamentos de denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os casos serão analisados no plenário virtual até às 23h59 do dia 18 de agosto.
O plenário virtual é um formato de julgamento em que os ministros apresentam seus votos em uma página eletrônica do tribunal, sem a necessidade de sessões presenciais ou por videoconferência.
As denúncias são avaliadas de forma individual pelos ministros. Ou seja, as circunstâncias de cada caso são levadas em conta.
Até agora, o Supremo já aceitou denúncias e transformou em réus 1.290 acusados de autoria ou participação nos atos golpistas de janeiro. Ao todo, a PGR já denunciou 1.390 pessoas.
A partir de setembro, o STF deve começar a marcar os primeiros julgamentos dos réus do 8 de janeiro, quando os ministros vão decidir se eles serão condenados ou absolvidos.
Eles são acusados de crimes como:
- associação criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- tentativa de golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo;
- deterioração de patrimônio tombado.
O recebimento da denúncia é o primeiro passo para o início de processos penais. Se forem aceitas as acusações, os investigados poderão apresentar defesa escrita e, posteriormente, vão poder indicar testemunhas a serem ouvidas e provas a serem coletadas. O julgamento ocorre só depois de encerrada esta fase. A partir da decisão final do Supremo, é cabível recurso.
O voto de Moraes
Ao votar, o relator, ministro Alexandre de Moraes, ressaltou a gravidade dos ataques e das condutas dos investigados.
"São inconstitucionais as condutas e manifestações que tenham a nítida finalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do pensamento crítico, indispensável ao regime democrático, quanto aquelas que pretendam destruí-lo , juntamente com suas instituições republicanas, pregando a violência, o arbítrio, o desrespeito à Separação de Poderes e aos direitos fundamentais, em suma, pleiteando a tirania, o arbítrio, a violência e a quebra dos princípios republicanos, como se verifica pelas manifestações criminosas ora imputadas ao denunciado”, escreveu.
Alvos
- Fátima "Tubarão"
Entre os alvos está Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, conhecida como "Fátima Tubarão". Ela aparece em vídeo durante invasão do Palácio do Planalto.
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Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, bolsonarista radical de SC, aparece em um vídeo invadindo o Planalto — Foto: Foto: Redes Sociais/Reprodução
No caso de Fátima, a PGR destacou na acusação que imagens no celular da própria acusada comprovam sua participação nos atos.
"Constatou-se que, conquanto o recurso ‘mensagem temporária’ estivesse ativado no aplicativo WhatsApp instalado no celular da denunciada, cerceando o acesso ao teor das mensagens que envolviam os atos do dia 08/01 /2023, logrou-se localizar, na galeria de fotos e vídeos do aparelho, elementos que confirmam a presença da denunciada em Brasília/DF, nos dias 07/01/2023 e 08/01/2023 e permitem enquadrá-la como executora material dos atos”.
A Procuradoria afirma que "em vídeo que circulou nas redes sociais, a denunciada é chamada por ‘Fátima’ e identificada como uma moradora de Tubarão/SC que estava ali 'quebrando tudo'. A denunciada, por sua vez, grita e comemora, dizendo: 'é guerra'. Afirma, ainda, que teria defecado no banheiro da Suprema Corte, 'sujando tudo', e encerra a gravação bradando que 'vai pegar o Xandão agora'".
- José Acácio Serere Xavante
Outra denúncia é contra o indígena José Acácio Serere Xavante ao STF por incitação a atos antidemocráticos. A acusação é por ter ameaçado integrantes do STF, invadido o terminal de um aeroporto e por ter convocado pessoas armadas para impedir a diplomação do presidente Lula pela Justiça Eleitoral.
Depois da detenção de José Acácio por ordem do STF, em dezembro de 2022, vândalos atacaram a sede da Polícia Federal e incendiaram veículos em Brasília.
Na denúncia, a PGR afirma que a Polícia Federal apontou "a liderança de Serere Xavante" nas manifestações no Aeroporto Internacional de Brasília, quando voltou a atacar o resultado das urnas.
“Após sua prisão, ocorrida no dia 12 de dezembro de 2022, José Acácia Serere Xavante foi interrogado e confirmou que estava acampado no QG do Exército de Brasília há mais de mês, apresentando evasivas quanto às falas e aos atos de que participou”.
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José Acácio Serere Xavante — Foto: Redes Sociais